Parece que estes dias tá pintando uma nostalgia forte e coletiva. Parte da antiga turma está se comentando, se revisitando na rede e relembrando alguns dos momentos vividos em 2005 e 2006, quando fizemos a aglutinação/movimento Bagatelas. Márcio Calixto postou um texto no seu Pictorescos sobre a escrita dos atalhos de Tatiana Carlotti. E realmente, a moça "filha de fila de ônibus e cartão de ponto" está se superando, atalhos urbanos é um blog de primeira qualidade, repleto de crônicas que me fazem respirar sampa pelos poros. Sem perder tempo, a caríssima blogueira aproveitou para levantar a bola, empurrar a lebre e retornar a gentileza: Não só agradeceu a lembrança sempre minuciosa e crítica de Calixto, como alinhavou o rumo de alguns outros bagateleiros. Valeu garota!
Não vou delongar este diálogo dos dois. Basta visitá-los.
Fazer a Bagatelas foi por demais para a minha pessoa. E depois de quase três anos, quem sabe dá para fazer uma síntese sobre o que foi a Bagatelas! (claro que é minha ótica, outros participantes dessa história também possuem seus prismas de visão).
Para mim, a Bagatelas foi um projeto com dois objetivos bem aglutinados: estimular a leitura e divulgar os parceiros que participavam do projeto. Para isso, atuamos em três frentes específicas:
1) A internet:
Nela, cada participante tinha o "compromisso" de postar semanalmente um texto. A internet era a ferramenta de aglutinação dos escritores. A construímos de modo geográfico, inclusive, já que os participantes estavam espalhados pelo Brasil, Portugal e Guiné-Bissau. Este princípio geográfico, facilitado pela rede, nos possibilitou trabalhar o conceito de aproximação do universo lusófono. Em sua maioria, os escritores da bagatelas produziam para seus respectivos blogs, o que aumentou a divulgação do núcleo bagateleiro.
Através do nosso sítio, realizamos 2 concursos de contos via rede. Aqui no Rio, recebíamos os contos e os analisávamos isentamente sem conhecer o autor, a única exigência aos particpantes era o uso de pseudônimo e as custas do envio do material. A premiação era a publicação na revista Bagatelas. Na net publicamos duas entrevistas. Uma com o escritor Ondjak e outra com Godofredo de Oliveira Neto.
2) A revista:
Na revista publicávamos os contos inéditos dos participantes e convidados. A estrutura editorial da revista era: 1 entrevista com um escritor já reconhecidamente presente no mercado literário + contos dos participantes + 1 ensaio crítico + 1 pequeno texto de um escritor já reconhecidamente presente no mercado literário + 1 conto de autor premiado em nossos concursos.
Além dos bagateleiros, participaram das revistas através de entrevistas ou enviando contos, os seguintes autores: Marçal Aquino, Márcia Denser, Marcelino Freire, Pedro Juan Gutierrez, Antônio Torres e Luis Ruffato e Sérgio Sant'anna.
A revista era vendida por 3,00. Fizemos 3 números.
3) Encontros Bagatelas:
Encontros que realizamos na livraria Imperial, no Rio de Janeiro. Convidávamos algum autor(a) para nos falar de seu processo de criação e de sua obra. Era um bate-papo informal, pois a idéia nunca foi de fazer um mega evento. A idéia era a intimidade. Participaram dos eventos os seguintes convidados: Alberto Mussa, Heloísa Seixas e Ruy Castro, Antônio Torres, Sérgio Sant'anna, Flávio Moreira da Costa, Zetho Cunha Gonçalves, Dodô Azevedo e Mauro Ventura.
Partiparam em algum momento da bagatelas os seguintes escritores:
Rio de Janeiro:
Raphael Vidal, Luciano Silva, Márcio Calixto, Miguel do Rosário, Camilla Lopes, Nilovsky, Eloise Porto, Antônio Mas, Ernesto Aguiar, Jorge Souva, Douglas Evangelista, Júlio César Corrêa e eu.
São Paulo:
Tatiana Carlotti, Rogério Augusto e Bianca Rosalem.
Rio Grande do Sul
Emerson Wiskow.
Paraíba:
Amanda K.
Bahia:
Rodrigo Melo.
Portugal:
Luis Felipe Cristovão e Jorge Flores.
Guiné-Bissau:
Waldir Araujo.
Acho que é isso. Em suma, rolou muitas coisas no inside da Bagatelas, mas isso é outra história.