terça-feira, 6 de agosto de 2013

Nota de Falecimento - Sérgio Miguel Braga

O querido amigo e ator Sérgio Miguel Braga faleceu na tarde desta segunda-feira, 05 de agosto, vítima de uma parada cardíaca. Serginho era viciado em teatro, um batalhador. Fez teatro de rua, infantis, produziu e viveu de seu ofício. 

Nos últimos anos, Sérgio rodou o Brasil com o espetáculo "Mário Quintana, o poeta das coisas simples". Foi sucesso de público em várias capitais, em palcos grandes ou arremedos. Se era grande ou pequeno o público, para ele não tinha tempo ruim. Seu humor e sorriso superavam as dificuldades nos palcos da vida. 

Embora não fossemos tão próximos, eu o admirava bastante. E quando nos encontrávamos, geralmente ao acaso, me enchia de felicidade ao vê-lo. Ontem me lembrei de alguns de nossos encontros ao longo dos vinte anos de contato... Um final de semana em Maricá, uma peça de teatro de rua em Piedade, uma fila compartilhada no Banco do Brasil. Me lembrei de nossos papos e principalmente do jeito dele colocar os assuntos, sempre com muito tato e calma (pelo menos comigo). 

Neste fim de semana pensei em procurá-lo para participar do sarau de poesia que integro. Gostaria de convidá-lo para falar de Mário Quintana. Não o procurei, deixei para depois... Curiosamente, a sua última postagem no facebook, é uma fala de Quintana sobre a vida e a morte:

Nasci em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. 
Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. 
Há! Mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 87 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. 
Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a eternidade..Mario Quintana.

A cerimônia de despedida do Sérgio será dia 07/08 

Cemitério do Catumbi

Velório: a partir das 9 horas!
Sepultamento: 11 horas



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

AINDA MAIS VIOLENTO

Reproduzo aqui o poema que publiquei na 2ª edição da antologia Vinagre.

Ainda mais violento.

A violência está no ônibus abarrotado,
no pau de arara,
nos trens do subúrbio da central,
tiro dado no olho, tiro perdido
comendo pão amassado, dormido.

A violência está aí e me oprime,
é corda de sisal,
seca e dura,
que me aperta o pescoço
até a inércia completa
ou até eu dizer chega
e queimá-la por força
e escarrar a violenta nova mudança

e do sangue cuspido na terra
nascem as rosas e os cravos,
e o mel e a doçura.

Nascer é um ato violento.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Vinagre: uma antologia de poetas neobarrocos. 2ª edição ampliada

O download da antologia Vinagre: uma antologia de poetas neobarrocos já está disponível. Para baixá-la basta clicar aqui.

Com prólogo de Alberto Pucheu e organização (des) assinada pelos vândalos Eduardo Sterzi e Fabiano Calixto, a antologia reúne poetas daqui, dali, de acolá... que se manifestaram em poemas em versos e visuais sobre os últimos acontecimentos.