domingo, 8 de abril de 2012

Relâmpagos - Éber Inácio

Há tempos não via um jornal de poesia. Há tempos... Me lembro de alguns jornais que recebia aqui e acolá. Me lembro e ainda vejo na porta do CCBB e dos espaços culturais, na praia, e em alguns lugares do Rio, quando ainda me aventuro a sair de casa. Me lembro de ver os poetas, os jovens poetas vendendo seus zines xerocados, seus poemas de cabelos encaracolados e óculos e chapéus e breves costeletas cerradas. Mas são diferentes estes poetas, tem materiais diferentes também. Bem diferentes desse belo trabalho que recebi quando circulava pela praça São Salvador, dia desses, perfazendo meu itinerário de retorno à casinha.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Nostalgia da forma na poesia contemporânea, por Izacyl Guimarães Ferreira

Nostalgia da forma na poesia contemporânea



Todo gênero de arte procura uma forma própria para expressar-se. Assim a música e a poesia procuram um ritmo, o retorno de um som, uma frequência em busca de um módulo. Sem irmos longe demais, pode-se dizer que é do homem, do animal, de toda a natureza, a necessidade de um padrão. Cor, cheiro, qualquer sentido vivo quer é sua família, seu gênero, seu espelho natural, da raiz ao fruto. Repetir-se é perpetuar-se.
Assim a palavra em suas formas matrizes, do som ao sinal, à escrita, à poesia. Por ser espelho ou recriação ou correção da vida, a arte, mais que ser cópia ou imitação, quer alguma perfeição, como a do círculo, a clareza, quando não seu contrário destrutor de toda identificação, pois a tal ponto se chega pela negação da forma como nos extremos das artes plásticas contemporâneas, na decomposição sonora pós-atonal e, hélas, nesse silêncio gráfico que pretendeu ser poesia, o concretismo.