domingo, 19 de abril de 2009

Jesus, Buda e ainda acendo um charuto para os homens de Marte e o escambau!

Alguém tem dúvidas sobre qual é o segmento literário que mais vende?
O ser humano sofre, sofre muito.
Se você entrar numa livraria de ponta, tipo mega store, e por curiosidade avaliar qual é um dos sustentáculos das vendas, saiba, caro leitor, que é o segmento de auto-ajuda. É ele o responsável pelo capital de giro de muitas livrarias e por proporcionar, inclusive, a manutenção de outros títulos que estão nas estantes de filosofia, de literatura e de outros mais cabeças ainda. Por isso muitos livreiros alegam a necessidade da auto-ajuda, como se isto fosse uma desculpa, uma válvula de escape para tamanho desperdício de papel, visto que este gênero realmente pode ser sintetizado em uma única expressão: "Você pode salvar sua vida".
O público de auto-ajuda também se distingue dos demais públicos, digamos, dos que tem a mente mais aberta. São clientes urgentes que não possuem o hábito de buquinar, geralmente vão no balcão de atendimento, demandam por um título (e acreditem, muitas vezes nem sabem direito o nome do livro que procuram), saem satisfeitos com sua aquisição e nem se dão ao trabalho de girar os olhos no ambiente que os cerca. É assim o comportamento de boa parte de leitores. A busca da salvação cega-os literariamente.
Hoje, li no Globo uma pérola cheirando a jabá descarado. Um médiun de sucesso internacional, intergalático, recentemente traduzido aqui no nosso brazillis espiritus, deu palestra em Curitiba e anunciou aos montes palavras salvadoras de espíritos para pessoas que estão sofrendo perdas de familiares.
Se na perda de um familiar uma palavra de carinho ajuda muito, também na labuta diária, na busca de um emprego, na promessa de uma dádiva muitas palavrinhas de estímulo e consolo podem ajudar, entoces, vamos aos lencinhos de papel que são distribuídos em formato de livros que auxiliam muitíssimo o editor em ganhar a lot of money e à gastação inútil de papel para suprir nossos leitores que sofrem com títulos novos. A cada dia tem uns quinze livros novíssimos que ensinam de um tudo com a seguinte mensagem: "Você pode salvar sua vida".
E salva mesmo, é garantia de felicidade para o senhor, para a senhora, para minha mãe e para minha sogra também. Só não é para mim, pelo menos por enquanto. A minha salvação é o dorflex, já que amanhã vou ter de carregar pilhas e mais pilhas do livro do famoso médiun que o Globo fez o desfavor de jabatizar. Poderiam ter escrito sobre meu livro que, se não salva, pelo menos tem um repertório vocabular maior, e por conseqüência, não se reduz a "Você pode salvar sua vida", é um pouquinho mais, é mais humano.

domingo, 12 de abril de 2009

Carta a Moacy

Caro Moacy,

Você me pergunta por onde ando... Estou bem, muito bem, aliás, começando uma fase nova na vida. Realmente não tenho atualizado o Rio Movediço, pode-se ver... Se eu dissesse que foi perda de interesse, você não acreditaria, nem mesmo eu. Embora este seja meu segundo blog e no anterior houve uma perda de interesse em continuar com minhas atividades internéticas, mas agora a questão de ausência de “posts” se deve a outros assuntos, visto que não parei de escrever, pelo contrário, minha produção poética e ensaística continuam em pleno vapor. Somente não estou vinculando na rede. Mas, de todo modo, teu pequeno comentário já me serve para dignificar-me em te dar minhas saudações e retornar ao blog.

Bom, fatores do cotidiano, tais como: excesso de trabalho (trabalho nove horas por dia em contato direto com pessoas e em pé), mudança de apartamento, casamento e lua de mel, obras de reparo no apartamento novo e uma nova dinâmica de vida com um curso que também ocupa meu tempo e cujo conteúdo poderei te contar mais para frente, além de ter que fechar o cinto durante os meses de janeiro, fevereiro, março e lá vai fumaça pela vida a fora fez que eu me abstivesse de atuar diretamente no Rio Movediço. Aproveitei, então, essa conjunção astral de fatores para aprofundar a leitura de poetas que acho importantes para minha evolução na poeisis e me debrucei também na escrita dos poemas do meu livro, que por sinal é o título deste blog. Mas, a partir da semana que vem, já estarei novamente conectado ao mundo internético e espero continuar militando nas artes assiduamente.
Me despeço, agora, caro Moacy, esperando sinceramente que possamos retomar nossas visitas mútuas e, dessa forma, continuarmos a contaminar e sermos contaminados pelo vírus do savoir vivre avec la culture et l’art