terça-feira, 22 de maio de 2012

A última gota de Sangue


Não ouço sua voz
enquanto recito
no canto do meu lábio
Jorge de Lima,
saliva com salsa,
a contradita
que me limita,
assim deixo
que me rendo
uma novela
querendo quiçá
um gosto de pimenta.

O almoço na mesa
me faz falta.
Disse isso para você
quando saiu a roda
da bicicleta e as correntes
se espalharam no aterro
ou no Pau Ferro, não lembro.
São invenções,
não lembro o cigarro
aceso no cinzeiro,
a moeda grifada de Pizarro
é breve verso no papel violeta
agora preso na estante
e que me convida a pendurar
meus pesadelos e a saltitar
na casa em busca
de uma artéria para esta
última gota de sangue.

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