sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aqui não é lugar para os fracos

Aqui não é lugar para os fracos.
Sentimos tua dor como nossa dor
e esperamos o teu sorriso como nosso sorriso,
mesmo amarelecido, enquanto ainda supura
o corpo nos abraçamos para que o suor,
a lágrima e o barulho passem.

Aqui não é lugar para os fracos. Volte,
volte todos os dias. Se a cadeira é tua
a sorte é nossa, meu amigo, apenas volte
para que eu me salve nesta noite.

Ouvi um grito lá fora, um lamúrio esquisito
um nome desconhecido. Ouvi um demônio
me chamando para ver a pólvora
de um 38 com gosto de mármore, de melhoral.
É um diagnóstico desconhecido:
diarréia contínua, olhos esbugalhados.

Aqui não é lugar para os fracos. Aqui,
meu amigo, o que se fala aqui se deita,
se morre, se esquece e se dorme para
acordar no dia seguinte e repetir
o novelo, a linha tênue que nos une,
meu amigo, sofrido amigo, sentinela
com asas cortadas em pleno vôo.

Assim, você feio e desdentado,
desiludido, encarnado, assim você,
você me diz que o mais será revelado,
pois aqui é o lugar dos tortos, aqui
e agora, e hoje, apenas hoje.

6 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Bom golpe - com carinho!

Tatiana Carlotti disse...

Presente de leitora:
http://tcarlotti.blogspot.com/2011/02/aquele-abraco.html

Beijo!

Tatiana Carlotti disse...

Show de poema Flá. É isso! Beijo, muito bom te ver!

Penélope disse...

Palavras fortes! Gostei do poema.
Uma sacudida nos fracos e naqueles não tão fracos assim, também.
Abraço

Unknown disse...

E para todo o sempre, amem!

Flávio Corrêa de Mello disse...

Agradeço os visitantes, mesmo com minha eterna irregularidade. Um abraço a todos!