Quem já viu um cachorrinho de olhos esbugalhados, andar marrento e patas arqueadas circulando pelo bairro de Laranjeiras? Ele está temporariamente hospedado em minha casa. O simpático marrento, o romarinho, tem por hábito latir nas madrugadas para qualquer barulho que surja... late mas não morde. Sacode o cotoco do rabo e esbugalha mais os olhos. É muito chato, o sujeito. Se aboletou por aqui e acha que é o dono do mundo (o dono do pedaço) e ai de quem diga o contrário... ele nada se incomoda em rasgar com os dentes qualquer coisa que lhe apeteça: um celular, um chinelo ou o que esteja ao alcance de sua insaciável voracidade da madrugada.
No início até que tentei ser tolerante e educado com o amiguinho, imbuí-me de cordialidade e um espírito paterno de educador. Até dei umas passeadas por aí com ele, tentei lhe ensinar a urinar com uma pata levantada, disse-lhe para fazer cocô na rua, não funcionou... Afinal, a única serventia eram os gracejos das meninas com o marrento:
- Bonitinho, diziam.
- Fofura, esse buldogue!
E então eu me empertigava e discorria um ou dois comentários amáveis a cerca do meu amigo marrento, mas era apenas isso, sem acréscimos.
Como disse a coisa não funcionou... e como ele não é meu, já viu né... por aqui não se cria. Afinal, apesar de ter compaixão por ele não há sinergia capaz de possibilitar uma convivência pacífica entre nós. S eu der bobeira, ele mija na minha cama.
Bem, o marrento está com o dead line estabelecido para ficar por aqui. Vez em quando, dou umas bananas para ele, pois sei que é a alimentação que ele curte. É o que posso fazer no instante. Em junho nos despediremos... sem culpas e sem remorsos, como sempre soube... era temporário. Tudo é temporário.
Bem, o marrento está com o dead line estabelecido para ficar por aqui. Vez em quando, dou umas bananas para ele, pois sei que é a alimentação que ele curte. É o que posso fazer no instante. Em junho nos despediremos... sem culpas e sem remorsos, como sempre soube... era temporário. Tudo é temporário.
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