terça-feira, 27 de julho de 2010

Janela



Me debrucei nesta janela para ver o sol e quase abracei o sal. Era para me tornar cal nas listras do asfalto, mas vôo com o branco de asas: nuvens para flutuar. Decerto, para ejetar ou mergulhar da janela basta apenas movimentar um pouquinho os passos dos pés para fora do chão. Assombrações, febres e cordilheiras de medo, a tudo isso somam-se as forças da gravidade, o análogo do Ícaro. O pouso não será nada agradável, mesmo que se trate de apenas 1 metro e meio, visto que para Ícaro rimar com o riso, o sorriso do sonho não está em nenhuma máscara de teatro.

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