Reproduzo aqui o poema que publiquei na 2ª edição da antologia Vinagre.
Ainda mais violento.
A violência está no ônibus abarrotado,
no pau de arara,
nos trens do subúrbio da central,
tiro dado no olho, tiro perdido
comendo pão amassado, dormido.
A violência está aí e me oprime,
é corda de sisal,
seca e dura,
que me aperta o pescoço
até a inércia completa
ou até eu dizer chega
e queimá-la por força
e escarrar a violenta nova mudança
e do sangue cuspido na terra
nascem as rosas e os cravos,
e o mel e a doçura.
Nascer é um ato violento.
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