segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Amanhã quando abrir os olhos eu saberei o dia de amanhã.

Não, não me chame hoje. 
Não diga meu nome, me esconda,
por favor, e jogue a chave fora, 
sim... puxe o sinal do ônibus,
me faça descer, por favor,
para única e exclusivamente me ver,
me ver, me saber o sal no céu da boca
me saber dizendo não e somente sim
e quem sabe talvez você e eu
sobrevivêssemos a nós.

Não foi dessa vez, não foi.
Por isso acenda esse cigarro longe,
por favor, agora chega,
desapareça, suma daqui.
A aspirina me cheira a náusea,
já viu esse cisto no crânio
na foto de iodo?
Pois não... muito prazer,
não lamento, só o hoje vou viver.

Amanhã, quem sabe, amanhã.
o azul reserve o céu de nuvens claras
ou a chuva escura lave o lodo,
o que for, chuva ou sol amanhã
quando abrir os olhos saberei.

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