Seguem as águas do rio,
escorrem nas beiras,
nas eiras, nas neuras.
Seguem as seculares poças
que inundam a Praça Mauá
e fazem do Caju a piscina das almas.
Seguem e seguimos as moças
que também marolam
o rebolado saltitado do ir
e vir cadeirando na Lapa,
no samba, no café com pão
do Manuel Bandeira.
Eu também sigo,
obcecadamente
as águas do rio sigo
nadando nas estações
Carioca e Cinelândia
Uruguaiana e Saens Pena,
as moças cadeirantes
os jeans suados, colados,
as saias, os faróis molhados,
o frisson de meu guarda-chuva
rasgado neste dia chuvoso
com meus fantasmas
e as almas do Caju.
3 comentários:
Muiro bom, cara.
Vai pro Balaio, ora se vai.
Um abraço.
Perfeito! Eu num digo que você é o melhor que conheço. E cê sabe que é sem corujices!
Parabéns pelo poema que no mesmo movimento das cadeiras das moças aqui reveladas, também imprime um ritmo à nossa leitura.
Fiquei um tempo sem passar por aqui, mas estou aproveitando os dias de rio de SP (chuvas que não cessam) para navegar pelos blogs de que gosto. E gosto muito do Rio Movediço.
Abraço, Ana
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