O que acontece quando olho aqui esta tela e tudo é uma escala cinza, pálida. E por que aquela outra tela que ele opera ali do lado se insurge coloridamente diante de meus olhos? Chega até a criar, assim a meu contra-gosto, um fantasma multicolor na íris e depois, quando tento jogar o olhar pelo vazio, pelos quatro vãos do prédio, só consigo arrastar uma vista manchada, demasiado manchada. Será que era assim que o rapaz do prédio em frente enxergava a vida: um ponto sem nexo. É, aquele rapaz... o jovem dentista que contou até três e desceu sete andares abaixo e que deixou como lembrança um barulho seco e estalado de ossos quebrados.
4 comentários:
Oi, Flávio!
Voltei.
Trágico e bonito o miniconto.
Beijo pra você.
Que texto forte, definitivo.
Parabéns, Flávio.
Olá, Flávio.
Encontrei o seu blog enquanto navegava pela blogosfera.
Parabéns! Gostei muito dos seus escritos. Me adicionei para voltar mais vezes.
Um abraço e ótima semana pra vc.
Patrícia Lara
O tamanho certo, com certas palavras, esmurrou certeiro de mão fechada.
Tá cada texto melhor.
Postar um comentário