Lá no fundo do lamaçal,
na emergência das febres,
nas veias expostas, rompidas,
lá na boca do vulcão
ou do que se assemelha ao vulcão,
mas que também pode ser ânus ou furacão,
lá, a lira ventilou a luxúria e o álcool,
os sonhos canhotos, as frituras canhestras
e a fissura ungida por fina camada de vaselina.
Movimento retorcido, jogo de cimitarras,
brados e bólides assassinos,
fricção cáustica e chamuscada,
angústia nauseada,
meteoro e morteiro
e tudo que arremata e arreda,
e leva o pó ao fim,
ao ermo com garras e rezas.
A Terra é de lama e de pó
e a lira canta o chumbo
de crianças mortas.
O verso então redobrado
retorna à espinha e retoma
a forja da vida,
o sedimento do sangue.
3 comentários:
Ritmo vibrante.
Parece uma máquina gigante mandando ver numa pedreira.
Muito bom!
Gostei.
O seu poema.
No Balaio.
Abraços.
Meus nobríssimos Henrique e Moacy,
as minhas impressões sobre este poema são diversas. Mas se vcs gostaram quer dizer que o poema deve ser bom.
abçs
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