sábado, 13 de junho de 2009

O Tempo

Dê um tempo. Dê
um tempo a si mesmo,
aquele da flor florir
da aranha tecer, dê.

Dê um tempo em si mesmo
não urge tomar cicuta todos os dias.
Apenas uma dose, o valete de paus,
ensimesmado, vem assassinar as luas.

Dê, por isso: um tempo
demasiado esticando as costas
desacabrunhando a voz
e desalitando o cansaço,
deixando no passado o asco,
o tempo do se...

Lá dentro mesmo do tempo
que você não deu.

13 comentários:

Moacy Cirne disse...

Um poemadica?
Um poemaducA?
(Duca: essa
é antiga, hem?)
Um poemaPoema.

Abraços.

líria porto disse...

yes!! disseste numa tacada o meu pensamento!!!

100 Licença: Poética disse...

essa coisa de esticar as cosa é bão...

Rachel Souza disse...

"Tempo,tempo,tempo mano velho." Tô me dando os tempos.

Daufen Bach disse...

ô meu caro!

dar tempo! que caramba!
nunca da tempo de dar tempo
as coisas todas...essa eterna
caimbra desalmada.

abraça procê e parabéns!

Flávio Corrêa de Mello disse...

Opa Moacy, Glaucya, Líria, rachel e Daufen,

essa temática sempre retorna, aliás não pára, não pára, não pára...

Victor Colonna disse...

Flávio,
cheguei aqui através do blog do Antônio Cícero. Parabéns pelos textos! Sou poeta e cronista e criei um blog para divulgar meus trabalhos. Se puder, dê uma passada por lá! Seguem aí dois poemas. Grande abraço!

TEMPO ( VICTOR COLONNA)

Tempo cura tudo
Da ferida aberta
À fratura exposta
Tempo é sempre a resposta
certa!


SUJEITO OCULTO (Victor Colonna)

O problema são as conjunções desconjuntadas
As interjeições rejeitadas
Os adjetivos desajeitados
Os substantivos sem substância
As relações de deselegância entre as palavras.

É preciso superar o superlativo:
O absoluto sintético
E o analítico.
Achar o verso
Entre o verbo epilético
E o pronome sifilítico.

Falta definir o artigo inoxidável
O numeral incontável, impagável.

Resta procurar o objeto direto
Situar o particípio passado
E o pretérito mais-que-perfeito

Desvendar a rima
Desnudar a palavra
Encontrar o predicado
E revelar o sujeito.

Victor Colonna disse...

Flávio,
cheguei aqui através do blog do Antônio Cícero. Parabéns pelos textos! Sou poeta e cronista e criei um blog para divulgar meus trabalhos. Se puder, dê uma passada por lá! Seguem aí dois poemas. Grande abraço!

TEMPO ( VICTOR COLONNA)

Tempo cura tudo
Da ferida aberta
À fratura exposta
Tempo é sempre a resposta
certa!


SUJEITO OCULTO (Victor Colonna)

O problema são as conjunções desconjuntadas
As interjeições rejeitadas
Os adjetivos desajeitados
Os substantivos sem substância
As relações de deselegância entre as palavras.

É preciso superar o superlativo:
O absoluto sintético
E o analítico.
Achar o verso
Entre o verbo epilético
E o pronome sifilítico.

Falta definir o artigo inoxidável
O numeral incontável, impagável.

Resta procurar o objeto direto
Situar o particípio passado
E o pretérito mais-que-perfeito

Desvendar a rima
Desnudar a palavra
Encontrar o predicado
E revelar o sujeito.

Flávio Corrêa de Mello disse...

Olá Victor,

Valeu pela visita e pelos poemas. Vou lá te visitar sim. Gostei muito de seu segundo poema.

abçs

Leonardo Pergaminho disse...

O que seria do poeta, não fosse o tempo..., odoro o tempo pr seu todo. gostei muito Flavio.

Flávio Corrêa de Mello disse...

Leo, valeu mesmo a visita.
Vou la ler teu pergaminho!

ADRIANO NUNES disse...

Flávio,

Ótimo poema!


Abraço forte!
Adriano Nunes.

Flávio Corrêa de Mello disse...

Bom saber que vc. gostou desse poema. Nem sempre gosto dos poemas feitos de minha própria lavra

abração!