quarta-feira, 2 de julho de 2008

POEMAS SUÍÇOS - ESCORPIÕES DO CÉREBRO

Terceiro poema da série Poemas Suíços.


Lá, bem longe do asfalto quente
abri os portões do cérebro
e liberei escorpiões
que nos recônditos
pensamentos fizeram morada.

Dei-lhes água, ensinei-lhes
as primeiras conjugações dos passos
afiei com facas de cozinha os ferrões
espalhei ao longo da rua
pequenos insetos e petiscos
e cantei para que se perdessem no vento.

Depois, sentei-me à janela
e o frio
fez do cérebro o palácio
de geladas festas solitárias.

Um comentário:

Rachel Souza disse...

Um dia consigo fazer uma crítica litarária, por enquanto me atenho à mensagem emocional e visual e a idéia desse poema é demais! Esvaziar a mente dos laiás adquiridos e acumulados no percurso da vida severina... Só acho que não deveria ter alimentado os escorpiões, deveria tê-los matado!rs