Para você leitor: terceiro poema parte III
O rio não dorme, não acorda,
é uno, condensa.
Não percebe a morte:
a recebe sedento,
plasmando em seu leito
o lodo pastoso
que acalma a náusea.
O rio não sonha,
jorra do ermo profundo de rochas
arranhando com enxames de unhas ovaladas.
O vagueio ondular do Rio,
soluço seminal, sustenta
rangeres de dentes tenebrosos,
tremores, fungos, cidadelas,
ossos e mercúrio de febres
Floridas as enseadas, é por ali:
é por estas ondas
que nós sobrevivemos.
O rio não vive, o rio eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário